quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Linhas da homeopatia

Boa noite queridos internautas, nesse post serão abordadas as diferentes linhas da homeopatia e suas implicações no tratamento.
A homeopatia se divide em três principais linhas de tratamento: unicista, alternista e complexista.
A linha unicista tem como base o uso de apenas um medicamento por vez. Recomenda-se que  nessa linha homeopática, as doses sejam únicas e o remédio usado seja de potência alta. A prescrição de um medicamento único é baseada no fato de a totalidade sintomática mostrar a expressão da patologia como uma única forma capaz de identificar o simillimum.
O uso de apenas um medicamento por vez permite ao homeopata uma atuação sem interferência, e com isso, tirar conclusões mais acertadas sobre o uso do medicamento e seus efeitos sobre o paciente. E se for preciso, o homeopata pode regular a dose ou prescrever um novo medicamento no lugar daquele que fora usado antes.
A linha alternista, também conhecida por pluralista, consiste no uso intercalado de 2 ou mais medicamentos em momentos separados, fazendo com que o efeito de um não perturbe a atuação do outro.
Essa linha, geralmente, é indicada nos seguintes casos:
- urgência (quando não há possiblidade de individualização do paciente);
- casos agudos;
- ambulatórios;
- no tratamento de gestantes;
- epidemias.
Já a linha complexista, usa em um único veículo várias substâncias diferentes. Geralmente, são usados medicamentos com potências baixas. Porém, essa linha não é muito confiável de ser usada, já que, não há a possibilidade de afirmar com certeza qual o medicamento que fez o seu efeito desejado e nem saber aquele que por acaso tenha prejudicado o tratamento.
Por Vinícius Santos da Cunha
Referências:

Homeopatia na Medicina Veterinária parte 2

Oi pessoal, estou aqui com mais um post sobre o alcance da homeopatia, desta vez para falar outra vez de homeopatia na veterinária.

Para quem quiser ver minha primeira postagem sobre o assunto está aqui
http://unbhomeopatia.blogspot.com/2011/11/homeopatia-na-medicina-veterinaria.html

Seria certo a comparação dos efeitos de medicamentos em humanos e animais? Existem inúmeras diferenças,  como há semelhanças entre certos animais e nós humanos, como por exemplo nós compartilhamos quase 98% do noso DNA com os chimpanzés (fonte
http://genome.wellcome.ac.uk/doc_WTD020730.html), e 60% com uma mosca drosophila (fonte http://www.genome.gov/10005835), mas o número de cromossomos são totalmente diferentes. Em relação anatômica, principalmente a dos orgãos, entre os mamíferos, somos muito parecidos, mas e em relação ao metabolismo? Nós não conseguimos sintetizar proteína ingerindo carboidratos e lipídeos, já outros animais conseguem, e então, seria correto correlacionar os efeitos de medicamentos se funcionam em animais e humanos? O teste de medicamentos em animais antes de ele serem liberados para a venda é indispensável para o descobrimento de efeitos colaterais e perigo para a saúde dos futuros pacientes, mas há casos em que os animais eram imunes aos efeitos colaterais apresentados aos humanos, como no caso da talidomida, os ratos em que os medicamentos foram testados eram imunes aos efeitos teratogênicos, o que fez com que o medicamento talidomida fosse liberado para venda e causou milhares de casos de criançar com focomelia e amelia, já há outros animais que não são imunes a este efeito teratogênico como os coelhos.

O uso de medicamentos homeopáticos em animais é uma das buscas dos homeopatas para ter uma prova de que os medicamentos homeopáticos não são um efeito placebo, já que os animais não sabem o que estão tomando. Como eu disse no meu outro post, houveram experimentos que deram resultados a favor da homeopatia e outros contra, como a pesquisa da Instituto Nacional de Veterinária na Suécia que testou o medicamento homeopático com Podophyllum em bezerros com diarréia e também testaram outro grupo com um medicamento placebo, os resultados não mostraram nenhum resultado estatisticamente significante  de diferença entre o grupo tratado com o medicamento homeopático e o grupo placebo (veja o estudo aqui
http://www.springerlink.com/content/a4848157046qr866/fulltext.pdf).


A briga entre homeopatas e os que são contra vai continuar, e os experimentos em animais também, vai ser um dos principais argumentos para discussão de que a homeopatia não é um efeito placebo, junto com os experimentos em bebês. 

Obrigado e vamos estudar para a prova de 9 horas

Por Pedro Augusto de Carvalho Lourenço

Homeopatia na Odontologia

Boa noite, venho aqui com mais um post sobre o alcance da homeopatia, hoje sobre a homeopatia na odontologia

Existem medicamentos homeopáticos para varias condições odontológicas, com para aftas, alveolite, como também para condições psicológicas do paciente, como o “medo de dentista” e também com o tratamento pré e pós operatório, mas hoje vou falar sobre um problema que é muito comum entre os brasileiros e seu tratamento, a periodontite, que de acordo com uma pesquisa da UFPE é uma das maiores causas da perda de dentes em adultos e a principal causa em idosos, e por ser uma doença que tem características diferentes que variam de pessoa pra pessoa, é um ótimo exemplo para o uso da homeopatia, já que pela homeopatia a doença é vista como um desequilíbrio energético, em que são considerados fatores internos e externos que atuam na suscetibilidade do indivíduo, se os individuos são diferentes, seus medicamentos deverão ser diferentes, o que é diferente da medicina tradicional.

A periodontite é uma inflamação que atinge gengivas, ossos (maxilar e mandíbula) e ligamentos de suporte dos dentes que se não tratada, com sua evolução ocore perdas de tecidos e pode causar a perda dos dentes. A periodontite é de etiologia multifatorial, o principal seria o biofilme dental (placa bacteriana), e a resposta inflamatória depende de hospedeiro para hospedeiro, e essa reação inflamatória vem sendo associada a outras doenças inflamatórias crônicas como artrite reumatóide, glomerulonefrite, arterosclerose e doenças obstrutivas pulmonares.
O estresse também é um fator que pode influenciar no nível da inflamação, de acordo com um estudo de Cohen e Willamson, o nível de estresse influencia e potencializa o estabelecimento e o desenvolvimento de algumas doenças infecciosas. Os hormônios que são liberados em situação de estresse modulam o sistema imune.
O tratamento convencional para a periodontite é feitapela remoção do biofilme dental e pela prática de higiene bucal, e é necessário um tratamento prolongado, mas em casos em que a periodontite está em um estado mais avançado e agressivo, é necessário o uso de medicamentos antibióticos.
O tratamento com a homeopatia é feito com medicamentos homeopáticos, e estes medicamentos são uma combinação para os sintomas, inclusive para o estresse, mas como o principal tratamento é o hábito de uma boa higiene bucal, o medicamento homeopático é mais um tratamento complementar, e por ter resultado positivo, os homeopatas dão o mérito ao medicamento homeopático, e não à melhora da higiene bucal.

Obrigado a todos e boa sorte a todos na prova de 9 horas.

Por Pedro Augusto de Carvalho Lourenço
Uso racional de antimicrobianos sistêmicos em periodontia, Pannuti CM, Lotufo RFM CM

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Falando mal - James Randi

Olá galerinha, hoje vou falar de uma pessoa que não acredita em homeopatia e a considera como uma “pseudociência”, chegando até a oferecer um prêmio milionário para quem conseguir provar o seu funcionamento e também falarei de como funciona para tentar ganhar esse prêmio.
James Randi nasceu em Toronto (Canadá) em 1928. Ele foi por muito tempo mágico profissional, até se aposentar e tornar-se um investigador da paranormalidade, sendo completamente cético. Em 1996, ele fundou a James Randi Educational Foundation (JREF), que segundo ele, tem a missão de induzir o pensamento crítico na população para “ajudar as pessoas a se defenderem de alegações paranormais e pseudocientíficas”. Ele é conhecido por ser o criador do projeto One Million Dollar Paranormal Challenge (Desafio Paranormal de Um Milhão de Dólares).
Esse desafio propõe a demonstração de qualquer capacidade paranormal, psíquica ou sobrenatural, sob observação adequada. Para participar do projeto, o candidato precisa ter pelo menos 18 anos de idade.
As principais regras para particpar do desafio:
1.      O candidato deve demonstrar que poderes são demonstrados (na homeopatia o poder em questão é o psíquico, já que, as diluições são bem intensas e praticamente não há substância ativa no medicamento, sendo de concentração ultrainferior àquela denominada de dose terapêutica, dependendo muito dos pacientes e suas crenças  para que o medicamento funcione).
2.      Os candidatos deverão realizar testes preliminares, com um representante da JREF, a fim de que ela autorize ou não o início dos testes formais para a compravação dessas capacidades citadadas acimas. Até o momento não houve candidatos que passaram nos testes preliminares.

O documento oficial com todas as regras e procedimentos para a participação no One Million Dollar Paranormal Challenge encontra-se em
 Abaixo estão alguns vídeos relacionados a James Randi. Os dois primeiros, divididos em parte 1 e 2, referem-se a opinião dele a respeito da homeopatia, já o terceiro refere-se ao desafio de um milhão de dólares.





Agora, você que defende a homeopatia com unhas e dentes, tem a sua chance de ganhar $1.000.000,00!!! Basta provar por meios científicos que a homeopatia funciona. Olha que simples!!! Ganhar $1.000.000,00 nunca foi tão fácil, já que é tão óbvio que com o aumento das diluições, aumenta-se a potência do medicamento. Alguém ainda duvida disso?
É isso aí pessoal.Até mais com outros posts sobre homeopatia.
Por Vinícius Santos da Cunha


sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Falando mal - memória da água

Olá internautas,
Inicio hoje um conjunto de posts mostrando as principais críticas à homeopatia. Para deixar claro, os argumentos aqui postados não se referem, essencialmente, à opinião dos autores do blog.
Com a diluição feita  para a obtenção de um remédio homeopático, perde-se a dose terapêutica (menor dose a ser aplicada para que um composto tenha efeito sobre um indivíduo). Mas, os homeopatas citam a memória da água (que segundo eles faz o medicamento ter efeito após as diluições). Segundo alguns estudos realizados, colocando em diversos tubos concentrações diferentes de uma substância e um tubo com água pura (explicado melhor no vídeo), não foi notado efeito das substâncias ultradiluídas. E, segundo um estudo da Universidade de Toronto, a memória da água existe, porém dura por no máximo 50 fentossegundos (50 bilionésimos de segundo).
E considerando que a memória da água seja duradoura: por mais cuidado tenha o preparador do medicamento homeopático, é inevitável que haja contaminação (por partículas presentes no ar ou saliva do preparador, por exemplo) durante a sua preparação. Sendo assim, os medicamentos homeopáticos não estão livres de outras substâncias. Sem contar, que esses medicamentos não apresentam efeitos colaterais. A memória é seletiva apenas para a parte benéfica, deixando a parte das reações adversas de lado? Como é possível a água selecionar a parte do composto que ela quer memorizar?
Com o tratamento do esgoto, há a remoção de até 95% de seus dejetos, depois de tratado, o esgoto é lançado nos rios. A água a ser tratada é recolhida de rios e passa por tratamento, deixando-a agradável ao consumo e retirando boa parte dos microrganismos. Mas com esses tratamentos, nem toda impureza é removida. Logo, considerando a memória da água, são ingeridos diariamente milhares de tipos de “substâncias homeopáticas”, como compostos excretados na urina, dejetos e compostos químicos provindos do tratamento da água e do esgoto. E, segundo homeopatas, os medicamentos quanto mais forem diluídos, maior será o seu efeito. Portanto, essas substâncias deveriam ter o seu efeito no nosso organismo.


Por Vinícius Santos da Cunha

Explicação físico – química da Homeopatia

 Olá pessoal! Como havia prometido, apresento este post com uma possível explicação físico-química para a ação dos medicamentos homeopáticos. O Objetivo é mostrar as discussões no âmbito científico  juntamente com alguns experimentos já realizados.

           A homeopatia é duramente criticada no meio acadêmico com a argumentação de não ter comprovação científica. Entretanto, têm surgido novas linhas de pesquisas que buscam de forma um pouco mais “científica”o mecanismo de transmissão da ‘‘informação’’ de substâncias através da soluções ultradiluídas para o nosso organismo.




               O artigo publicado (Rev Med (São Paulo). 2006 abr.-jun.;85(2):30-43) por Marcus Zulian Teixeira - Médico pesquisador, coordenador da Disciplina Fundamentos da Homeopatia, Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo no link http://sites.mpc.com.br/bvshomeopatia/texto/artigoHo.rev.med.zulian06852.pdf revela que ''o renomado cientista Emilio Del Giudice, pesquisador do Departamento de Física Nuclear da Universidade de Milão, analisou as modificações de natureza eletromagnética da água pela “teoria quântica da super-radiância”.
Sua pesquisa se baseou no seguinte conceito da eletrodinâmica quântica: a matéria é um meio dinâmico, capaz de selecionar e catalisar reações moleculares de acordo com os diversos campos eletromagnéticos que ocorrem no seu interior''.
           
            Assim, utilizando modelos matemáticos, ele e sua equipe concluíram que os campos magnéticos produzidos por uma substância numa solução geravam alterações específicas na água. Poderíamos fazer uma associação mais simples e entender esse fenômeno como sendo uma ‘‘ impressão digital’’ que a substância deixou na água.


Talvez o leitor esteja se perguntando, mas como eles chegaram nessa conclusão?


Esses cientistas usaram um aparelho chamado espectrofotômetro de laser terahertz.


              Marcus Zulian ,no mesmo artigo citado a cima, relata que  Emilio Del Giudice '' demonstrou que o campo eletromagnético do soluto induziu a formação de regiões de coerência estável no solvente, com estrutura e vibração específica; além disso, foi constatada a produção de aglomerados ou “clusters” de moléculas de água, de tamanho e geometria próprios.''


              Esses aglomerados de água foram muito estudados pelo Dr. Masaru Emoto. O leitor poderá conferir com mais detalhes sobre esse assunto no link: http://consultorwellness.no.sapo.pt/clusters.html#. Segundo consta nesse endereço eletrônico ''O Dr. Emoto começou a estudar a formação dos cristais da água no Japão pouco depois da descoberta da "Água PI" na natureza, que consiste no fato da água absorver informação ambiente e traduzir a mesma sobre uma forma cristalina que existe mesmo em estado líquido, embora se revelando quando cristaliza/congela. Outros cientistas no Japão, nos Eua e na frança também descobriram o processo''.














               A criação dos clusters ocorre por meio das pontes de hidrogênio e vibrações que afetam todas as estruturas cristalinas, incluindo a água.

Vamos relembrar algumas características da água:

- Propriedades elétricas
- Comporta-se como uni dipolo elétrico.
- Propriedades dinâmicas
- Capacidade de interagir com os elementos químicos e biológicos
- Meio para transferência de prótons



Mas o que significam esses resultados e pesquisas? E quais seriam suas relações com a homeopatia?


            O artigo do doutor  Marcus Zulian ( já citado) também informa que  ''cada conformação espacial dos clusters citados acima corresponderia a um campo eletromagnético específico. Esses campos estariam influenciando as propriedades físico-químicas da solução em questão (pH, densidade, capacidade calorífica, viscosidade, acidez, constante dielétrica etc.)''.

               A partir dessa explicação e relembrando que os medicamentos homeopáticos são muito diluídos, a teoria apresentada pode dar origem ao seguinte raciocínio: Mesmo sem conter quase nenhuma molécula da substância medicamentosa no remédio, ela deixou o seu ‘‘rastro’’ ao produzir campos eletromagnéticos e alterar a solução que a envolvia. É como se a água guardasse uma ‘‘memória’’ da interação com outras substâncias. Dessa forma ela poderia levar certa ‘‘informação’’ para o nosso organismo, conforme foi proposto no experimento com basófilos. Relembre essa experiência na postagem cujo link é: http://unbhomeopatia.blogspot.com/2011/11/bioquimica-da-homeopatia-interacao-com.html







    A Dra. Regina Dias - especialista em Homeopatia - informa no link: http://www.drareginadias.com.br/artigoshomeopatia.htm que '' O principal problema colocado pela polêmica da memória da água, que se seguiu à publicação de Nature em junho de 1988, foi a confusão entre os fatos biológicos a serem confirmados e a "descoberta" de um mecanismo de ação, descoberta que não era, na verdade, senão uma hipótese, apresentada, aliás, anos antes por outros autores (Boyd, 1954; Boiron, J., 1974)''

             Em dezembro do ano passado foi apresentada no congresso “A Homeopatia no Século XXI” uma pesquisa realizada pelo professor José Fernando Greogori Faigle, do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas. Foram realizados experimentos que evidenciaram que campos magnéticos de uma solução padrão influenciam uma solução de água pura desionizada. O professor relatou a experiência: “Pegamos a substância atropina (colírio utilizado para dilatar a pupila dos olhos),pingamos nos olhos de animais de laboratório e obtivemos o mesmo efeito que ocorre com humanos. Em seguida, colocamos em um campo magnético um frasco de água e outro de atropina. Deixamos por algum tempo. Depois pingamos esta água que estava junto com a substância nos olhos dos animais. Os resultados apresentados foram os mesmos de quando colocamos a atropina pura”.

Molécula da Atropina

              Quanto aos motivos que levaram a esse resultado, ele fez uma pequena ressalva, afinal, tudo que eles aplicaram nos animais, quimicamente, foi água: "Concluímos que, para produzir o efeito da atropina, bastou termos a água que esteve em contato com campos magnéticos. Mas, como não existiu contato físico, ainda não conseguimos explicar o motivo pelo qual isto ocorre. Estamos trabalhando neste sentido." Disse, ainda, que é necessário mais tempo para melhorar os estudos.

               Faigle também afirmou: “O trabalho ainda não está terminado, acreditamos que sejam necessários mais alguns anos para aprimoramento dos estudos.’’

           Um dos organizadores daquele congresso, o médico homeopata Matheus Marin, disse que são necessárias mudanças no errôneo conceito de que a homeopatia funciona como placebo (mais informações no link http://unbhomeopatia.blogspot.com/2011/11/o-efeito-placebo.html desse blog). Segundo Marin, pela primeira vez uma universidade tão grande resolveu  falar sobre a retenção de informações de outras substâncias pela água, com sua influência sobre a homeopatia. “Costumam dizer que a Homeopatia não é ciência e esta perspectiva está caindo por terra com pesquisas embasadas em estudos científicos.”

            Assim, o Leitor pode ter uma breve noção de que os questionamentos no meio acadêmico ainda persistem, que os mecanismos de alteração da água ainda não são conhecidos e que existem muitas pesquisas em andamento.

           Então é possível refletir: Será que podemos ignorar a quantidade de resultados clínicos positivos do uso desses medicamentos, o aumento da procura por este tipo de tratamento, e as novas pesquisas desenvolvidas?

            Despeço-me por agora com essa reflexão. E não deixem de conferir as novidades do nosso blog!

Por Ana Angélica Amorim

REFERÊNCIAS

Rev Med (São Paulo). 2006 abr.-jun.;85(2):30-43.






quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O Efeito Nocebo

Olá, pessoal! Estou aqui hoje para falar para vocês sobre um assunto muito interessante e, na maioria das vezes, pouco comentado quando se fala de homeopatia. Esse post será uma continuação do assunto tratado no post sobre o efeito placebo, porém com uma abordagem oposta! Fiquem atentos, é um assunto bem importante! J
Como já foi citado no post sobre o efeito placebo, sabe-se que as expectativas de um paciente com relação à eficiência de seu tratamento têm efeitos significativos quanto ao resultado dos procedimentos realizados. Porém, até agora, nós só falamos sobre uma expectativa positiva que gera, portanto, efeitos positivos com relação ao tratamento empreendido.
Volto, portanto, a perguntar: não existiriam efeitos adversos, gerados, por exemplo, por uma expectativa ruim? Sim! E isso é exatamente o que chamamos de efeito nocebo.
Em uma perspectiva mais simplista, o efeito nocebo pode ser caracterizado como o efeito contrário ao efeito placebo. Em uma perspectiva mais aprofundada, pode-se definir o efeito nocebo como uma mudança negativa do quadro sintomatológico de um paciente devido a fatores aparentemente inertes do ponto de vista biológico como, por exemplo, o meio psicossocial ao qual ele está exposto, substâncias inertes do ponto de vista estrito (soro fisiológico, comprimidos inertes) e a própria crença pessoal, negativa no caso, no tratamento ao qual foi submetido.
É importante ressaltar que, assim como no efeito placebo, estudos atuais sobre o efeito nocebo têm revelado a existência de mecanismos neurobiológicos que resultam, portanto, nos reflexos fisiológicos percebidos.
Esquema de ação da sugestão nocebo
Benedetti, Amanzio, Vighetti e Asteggiano publicaram em novembro de 2006 um estudo que avaliou os mecanismos neurobiológicos envolvidos no efeito nocebo. Foi revelado nessa ocasião que uma sugestão negativa pode desencadear uma resposta fisiológica por intermédio de mecanismos neurológicos: a sugestão nocebo, tal qual denominado pelos autores, promove o desencadeamento de ansiedade no indivíduo; no estado de ansiedade, o organismo libera o peptídeo colecistoquinina (hormônio/neurotransmissor), que é um inibidor do sistema opióide endógeno de analgesia; inibindo-se o sistema opióide de analgesia, tem-se a manifestação da dor (figura acima).
Dessa forma, revela-se possível a manifestação de uma intercorrência física negativa originada de uma causa aparentemente inerte.
Bem, e qual a relevância desse fenômeno para a homeopatia?
Como já foi exposto diversas vezes aqui no blog, existem muitos preconceitos com relação à homeopatia por vários motivos, tais quais a marginalização dessa prática médica por parte dos próprios profissionais da área da saúde, o descrédito com o qual é divulgada pela mídia, o longo período de tempo necessário para sua efetividade em parte dos casos, a dificuldade de se comprovar sua veracidade bioquímica (sempre lembrando que há muitos estudos promissores nessa direção), dentre outras.
Esses fatores contribuem, portanto, muitas vezes para a formação de expectativas negativas nos pacientes que buscam o tratamento homeopático, o que pode gerar, como anteriormente explicado, o efeito nocebo, que afeta negativamente a eficiência da terapia empreendida. Isso demonstra, portanto, que, como qualquer outra terapia curativa, a homeopatia pode estar sujeita tanto ao efeito positivo de expectativas boas para o tratamento (efeito placebo) como ao efeito negativo de expectativas ruins para o tratamento realizado (efeito nocebo). Segundo Teixeira (2008), “é difícil estipular qual dos conjuntos é imperativo na resposta à terapêutica homeopática”.
Bem, é isso aí, galera! Espero que vocês estejam gostando do blog!
Até mais! J
Por Sabrina Brant Pereira de Jesus
Referências:
McRoberts J.W. Cholecystokinin and Pain Anesth Prog. 1986 Mar-Apr; 33(2): 87–90.
Benedetti F., Amanzio M., Vighetti S., Asteggiano G. The Biochemical and Neuroendocrine Bases of the Hyperalgesic Nocebo Effect The Journal of Neuroscience, November 15, 2006 • 26(46):12014 –12022

Ação bioquímica da Homeopatia: INTERAÇÃO COM BASÓFILOS

Olá queridos leitores! Estou aqui hoje para abordar sobre a possível explicação bioquímica da Homeopatia.

Um questionamento muito comum que surge quando se discute a possibilidade do uso da homeopatia, é sobre como ela atua no organismo.  Alguns cientistas dizem ser impossível um remédio tão diluído provocar ações fisiológicas.




Isso se deve, em parte, à teoria regida pela farmacologia clássica, ciência que recorre ao número de Avogadro para estabelecer a menor concentração que medicamentos alopáticos poderiam ter. Para o leitor entender um pouco mais sobre essa questão, leia o post anteriormente publicado no nosso Blog: A constante de Avogadro, cujo link éhttp://unbhomeopatia.blogspot.com/2011/10/constante-de-avogadro.html .
 Com base nesse modelo, diluições que ultrapassam o número de Avogadro, não seriam capazes de gerar efeitos sobre o organismo. Sendo assim, muitos concluem que os remédios homeopáticos não teriam nenhuma função bioquímica.
 Entretanto, os bons resultados clínicos do uso da homeopatia ao tratar de diversas patologias impulsionaram, e continuam a motivar, diversos pesquisadores a investigarem suas propriedades.
 Em 1988 uma possível explicação bioquímica para a ação dos medicamentos muito diluídos foi publicada na revista Nature. Essa publicação revelou um estudo realizado em Davenas com soluções ultradiluídas que contrariava o modelo farmacológico bioquímico vigente. Os cientistas conseguiram promover uma resposta biológica num dos importantes componentes do sistema imunológico: Os Basófilos.


Vamos entender um pouco nosso sistema imune com todos os seus componentes:


É comum as pessoas ouvirem falar (principalmente na mídia) sobre os anticorpos, que são produzidos por células B. Mas agora sabendo da existência dos basófilos, qual a sua importância no organismo humano?

Segundo consta no livro: Biologia Molecular da Célula – 5ª edição-(2010)- Ed. Artmed-  Alberts, Johnson, Lewis, Raff, Roberts, Walter - ''os Basófilos, presentes no sangue, possuem receptores para um conjunto específico de anticorpos -IgE- que são produzidos pelo nosso organismo'' por uma série de mecanismos que não aprofundaremos aqui.

Os autores do livro citado a cima revelam que ''As moléculas de IgE ligadas aos receptores dos basófilos funcionam para fazer uma ligação com antígenos (qualquer estrutura que nosso organismo reconhece como possível agente danoso). Essa ligação leva os basófilos a secretarem uma série de citocinas e de aminas biologicamente ativas, principalmente a histamina''. Essa substancia causa a dilatação dos vasos, que auxilia na migração de outros agentes da defesa imune para o local da infecção.  ''A liberação de aminas pelos mastócitos e basófilos causa os sintomas das reações alérgicas, como febre do feno, asma e urticaria''.



Na figura acima é possível notar pequenas ‘bolsinhas’ contendo histamina. Elas são denominadas grânulos e a degranulação é a liberação do seu conteúdo. Sabendo desses conceitos, agora podemos imaginar o motivo de tanta repercussão do artigo publicado na Nature,inclusive até hoje.

Na época dessa publicação, segundo consta no texto Homeopathy: science, philosophy and art of cure produzido por Marcus Zulian (Médico homeopata),uma equipe de investigação da própria revista, criticou duramente aquela revelação, pela dificuldade de repetir o experimento no laboratório Benveniste. Mais tarde, porém, essa mesma equipe, voltou a realizar o experimento com melhores técnicas e com auxilio de estudos estatísticos conseguiu obter valores positivos para os efeitos de soluções altamente diluídas.

No texto citado acima é mencionado que '' A polêmica persistiu porque dois outros experimentos foram feitos, mas sem obter os mesmos dados da equipe de Benveniste.'' No entanto, esses experimentos com conclusões negativas foram questionados e a equipe de Benveniste apontou falhas nos métodos que haviam sido utilizados. Diante do impasse, vários laboratórios da Europa, chefiados por pesquisadores ortodoxos,encontraram resultados parecidos com os de Benveniste, observando "inibição estatisticamente significativa da degranulação de basófilos induzida poranti-IgE, quando em contato com ultradiluições de histamina"

O Dr. Marcus Zulian também relata que ''a conclusão dos ensaios levou Madeleine Ennis, membro honorária do European Histamine Research Society e responsável pelo estudo, a admitir que aceitou participar do estudo com um viés de ceticismo e anti-homeopatia''. E ela, que não acreditava em homeopatia antes de realizar o experimentos,teria passado a acreditar nela, assumindo que, como cientista, ela deveria continuar buscando uma explicação lógica para essa evidência.

Segundo consta, nesse mesmo artigo citado, ''no campo da imunologia, ainda existem outros experimentos que evidenciam a ação de doses homeopáticas de substâncias imunomoduladoras nos mesmos mecanismos imunológicos onde atuam em doses ponderais.'' Um deles é o modelo de Endler90, 91, que mostra a ação das ultradiluições de tiroxina (10-60 M) no retardo da metamorfose e do desenvolvimento de girinos''. Recentemente o Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, realizou um estudo com características parecidas a desse último experimento e teoricamente encontrando os dados afirmados pelo modelo de Endler.


Embora existam inúmeros testes, ainda há controvérsias sobre a ação dos medicamentos homeopáticos. O que foi apresentado nesse post representa uma das possíveis explicações baseadas em modelos biológicos de pesquisa.

Não deixe de conferir no nosso blog, futuramente, o post sobre a tentativa se explicar a homeopatia através de modelos físico-químicos.

 Por Ana Angélica Santarém Amorim

Referências
http://sites.mpc.com.br/bvshomeopatia/texto/artigoHo.rev.med.zulian06852.pdf
http://periodicos.uniban.br/index.php/RPINF/article/viewFile/132/109
http://www.drareginadias.com.br/artigoshomeopatia.htm
http://www.cremerj.org.br/palestras/379.PDF
http://pathmicro.med.sc.edu/portuguese/immuno-port-chapter1.htm
http://1023.haaan.com/2011/como-a-ciencia-lida-com-supersticoes-%E2%80%93- homeopatia-ten23/ 
Biologia Molecular da célula-5ª edição(2010)- Ed. Artmed-  Alberts, Johnson, Lewis, Raff, Roberts, Walter

Homeopatia e Tratamento da Asma Infantil – Aconitum

Olá, pessoal! Estou aqui para falar para vocês sobre um dos medicamentos utilizados no tratamento da asma infantil por meio da medicina homeopática. É sempre bom conhecer um pouquinho mais dos mecanismos dos medicamentos em nível celular/molecular para compreender, portanto, seu efeito sistêmico. Tendo isso em vista, farei uma abordagem bem minuciosa desse assunto. Espero que vocês gostem! J

            A asma é caracterizada como uma doença crônica e inflamatória na qual é comum a obstrução das vias aéreas em decorrência do contato com algum agente externo que desencadeie uma reação alérgica e, consequentemente, imunológica exagerada (crise), sendo mais comum durante a infância. A asma pode estar estabelecida em dois diferentes estados patológicos: fora da crise (crônica) ou em crise. Geralmente, o quadro crônico da doença se estabelece após recorrentes crises. Existem variadas alternativas para o tratamento da asma, dentre as quais serão citadas a estratégia alopática e a homeopática, dando-se foco à última.
            A medicina tradicional, ou alopática, vale-se de medicamentos convencionais que visam ao tratamento dos sintomas da doença. Dentre esses remédios têm-se, como exemplos, os broncodilatadores e os corticoesteroides, que objetivam, respectivamente, combater o sintoma da falta de ar e combater a inflamação crônica, tentando reduzir a reação imunológica do enfermo ao alergênico.
            A medicina homeopática, por sua vez, vale-se de seus princípios e propõe uma diferente abordagem para o tratamento da doença. Sabe-se que os medicamentos homeopáticos são escolhidos de acordo com uma observação semiológica muito ampla e minuciosa sobre o paciente e seus sintomas de forma a ser o mais adequado para a situação tratada.
            No quadro crônico da doença o médico homeopata, geralmente, utiliza alguns dos seguintes medicamentos, ditos medicamentos de fundo: Nux vômica, Hepar sulphur, Baryta carbônica, Kali carbonicum, Lycopodium clavatum, Natrium sulphuricum. Por outro lado, no quadro de crise asmática, os remédios comumente utilizados são: Aconitum nappelus, Sambucus nigra, Arsenicum álbum, Ipeca, Spongia tosta, Bryonia alba, Dulcamara, Blatta orientalis, Kali bichromicum.
            Nesse post iremos abordar os mecanismo envolvidos no uso do remédio Aconitum nappelus.
Figura 1 - Aconitum napellus
                              
            Aconitum nappelus (figura 1) é uma planta venenosa comumente utilizada na confecção de medicamentos homeopáticos que tem como um de seus princípios ativos o alcaloide aconitina (figura 2). Essa é uma droga neurotóxica altamente letal para o organismo
Figura 2 - Aconitina
 por causar a paralisação da musculatura estriada esquelética e cardíaca, causando efeitos fisiológicos fatais como arritmia cardíaca seguida de parada cardíaca, alteração do controle da respiratório (efeitos no centro bulbar), parestesia na língua, na boca, nos lábios, na face e na garganta, sudorese, dentre outros. Todas essas alterações são ocasionadas pela modificação no controle de abertura dos canais de cálcio voltagem-dependentes da membrana celular nos tecidos nervoso e muscular.
E como isso ocorre?
Figura 3 - Potencial da Membrana
            O mecanismo normal de transmissão nervosa ocorre da seguinte maneira: inicialmente a membrana se encontra no estado de repouso, período no qual ocorre funcionamento normal da bomba de sódio e potássio que gera a diferença de potencial característica desse estágio;  a membrana, é retirada do seu estado de repouso, passando a se apresentar despolarizada devido a um influxo de íons sódio (Na+) pelos canais de sódio voltagem-dependentes estimulados por um elemento externo; após um curto período de tempo, os canais de potássio se abrem e os de sódio se fecham, permitindo um efluxo de íons potássio (K+), repolarizando a membrana (respondem ao mesmo estímulo que os canais de sódio, porém de maneira mais lenta); o fechamento dos canais de potássio ocorre de maneira mais lenta e, dessa forma, evidencia-se uma hiperpolarização da membrana; depois de mais um curto espaço de tempo, a membrana volta ao estado de repouso com a regulação do fechamento dos canais iônicos e retorno do funcionamento da bomba de sódio e potássio (figura 3).
            O mecanismo de atuação do alcaloide aconitina no fechamento dos canais de sódio (glicoproteínas heteroméricas presentes na membrana de células de tecidos excitáveis tal qual o tecido nervoso ou o tecido muscular) foi explicado por Wang SY e Wang GK em um artigo publicado em fevereiro de 2003 (artigo nas referências) e ele consiste no processo descrito a seguir.
Figura 4
            O efeito da aconitina nessas células e no organismo é provocado pela interferência dessa substância no controle do tempo de abertura desses canais de sódio (figura 4). A aconitina promove uma abertura prolongada dos canais de sódio o que promove uma despolarização exagerada da célula de modo a retirá-la do seu potencial de repouso por um tempo maior que o convencional. Isso é feito por uma mudança estrutural dessa proteína de membrana, devido ao impedimento de seu retorno à sua conformação inativa pela ligação da aconitina ao sítio 2 para neurotoxinas na subunidade alfa do canal proteico. Com essa despolarização prolongada das células, leva-se a um impedimento da propagação do potencial de ação e também da excitação das células-alvo.
            Os efeitos desses fenômenos podem ser descritos especificamente para o caso da musculatura e para os neurônios:
·      Musculatura: a contração muscular é potencializada pela ação da aconitina (abertura excessiva dos canais de sódio = período de hiper-excitabilidade celular), que mobiliza os canais de cálcio e promove, em seguida o colapso e a parada do músculo (excesso de cálcio = período refratário);
·      Neurônios: nesse caso, o excessivo influxo de sódio também promove um influxo exagerado de cálcio o que resulta no efeito de estimulação da liberação de vesículas com neurotransmissores para a sinapse, o que terá efeitos variados para o neurônio pós-sináptico e que irá gerar os efeitos fisiológicos supracitados como os de alterações no controle respiratório por modificações no centro respiratório bulbar e sudorese (figura 5).
Figura 5 - Sinapse

            Tendo em vista, portanto, os efeitos fisiológicos provocados pela aconitina, é possível concluir que esse é um bom medicamento homeopático para o combate à asma, aplicando-se ao princípio essencial da homeopatia: “a cura pelo semelhante” (releia o post Os Princípios da Homeopatia). É sempre válido lembrar que esses efeitos da aconitina ocorrem quando em doses suficientemente altas, não estando ainda comprovado que sua ação também ocorre quando administrada nas concentrações diminutas dos medicamentos homeopáticos.
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Por Sabrina Brant Pereira de Jesus
Referências:
Brazil, O.V. Farmacologia do canal do sódio: modo de açäo de toxinas / Pharmacology of the sodium channel: mode of action of toxins. Revista Ciência e Cultura (São Paulo) 38(2):324-8, fev. 1986.
Wang S.Y., Wang G.K. (February 2003). "Voltage-gated sodium channels as primary targets of diverse lipid-soluble neurotoxins". Cellular Signalling 15 (2): 151–9.doi:10.1016/S0898-6568(02)00085-2. PMID 12464386.
Felippe G., Tomasi M.C. (aquarelas). Venenosas - plantas que matam também curam. Editora Senac, São Paulo.