segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Origens Remotas da Homeopatia



Bom, como prometido, vamos começar a falar das origens da medicina homeopática. Trataremos nesse primeiro post de um histórico mais longíquo, resgatando aspectos bem relevantes para o desenvolvimento da homeopatia e de seus princípios. Espero que vocês gostem! :)
As medicinas homeopática e alopática têm seus primórdios com o grego Hipócrates, considerado o pai da medicina. Hipócrates inovou as práticas médicas nos anos 400 a.C. ao revelar como essencial para se alcançar um diagnóstico correto a avalição metódica e sistemática da sintomatologia dos pacientes.
Nesse período, ele propôs que o tratamento de um enfermo deveria ser dividido em três partes:
·           Natura medicatrix: o médico deve tratar o paciente de forma a imitar a natureza, pois, dessa forma, reestabelecer-se-á o perfeito estado de equilíbrio do enfermo.
·           Contraria Contrariis (a lei dos contrários): o médico deve ministrar remédios que causem efeitos contrários aos sintomas do paciente.
·           Similia Similibus (a lei dos semelhantes): o médico deve ministrar remédios que causem efeitos semelhantes aos sintomas do paciente.      
A partir desses preceitos de Hipócrates para a prática da medicina, duas correntes de pensamento surgiram, defendendo, cada uma, teorias diferentes sobre as melhores estratégias de produção de fármacos: a doutrina de Galeno e a doutrina de Paracelso.
A doutrina de Galeno pregava o uso de remédios que resultassem em efeitos opostos aos sintomas do próprio paciente, a fim de neutralizá-los. Galeno realizou também a divisão das doenças em quatro categorias diferentes: quente, fria, úmida e seca. Essa classificação facilitava a escolha adequada do fármaco pela oposição dos sintomas da doença e dos efeitos do remédio. Por exemplo, para uma doença classificada como quente, recomendava-se um tratamento dito frio.
É válido ressaltar que a doutrina de Galeno tinha uma visão mecanicista e simplista do corpo humano. Visava-se a um tratamento específico para um determinado sintoma, a fim de atenuá-lo, sem se preocupar com as suas causas nem com as suas origens primordiais.
A doutrina de Paracelso, por outro lado, foi pautada no princípio da semelhança, ou seja, na ideia de que se deve tratar uma doença com remédios que gerem efeitos similares aos próprios sintomas do doente, ministrados em dosagens pequenas, de forma a evitar a intoxicação do paciente.
Diferentemente da visão restrita do corpo humano da doutrina de Galeno, Paracelso, a partir de suas ideias, propôs uma medicina baseada em uma visão holística do paciente, prevendo o tratamento não só do sintoma atual, mas também dos sintomas passados, de forma a buscar a origem primordial das doenças. É válido lembrar que em uma visão holística se considera o enfermo em sua totalidade, avaliando todos os seus sintomas presentes e passados e realizando uma análise semiológica completa e abrangente, analisando-se inclusive o ambiente de convivência diária do paciente, evidenciando uma característica humanística da doutrina da Paracelso.
Os princípios da doutrina de Paracelso coincidem com a medicina homeopática, criada mais tarde pelo médico alemão Christian Friedrich Samuel Hahnemann (1755-1843). Em contrapartida, a doutrina de Galeno tem os mesmos princípios da medicina alopática (nome criado por Hahnemnn para qualquer atividade médica não homeopática), amplamente utilizada e difundida.
É isso aí, galera! No próximo post continuaremos falando sobre o histórico da medicina homeopática! Até mais!
Por Sabrina Brant Pereira de Jesus
Referências:
Coelho, H.A.F., Trabalho: A Diferença Medicina Convencional /Medicina Natural. São Paulo, 2008. Retirado em 6 de outubro de 2011 de http://www.homeopatias.com/?m=artigos&artigo=13

Corrêa A.D., Siqueira-Batista R., Quintas L.E.M.. Similia Similibus Curentur: notação histórica da medicina homeopática. Rev. Assoc. Med. Bras.  [serial on the Internet]. 1997  Dec [cited  2011  Oct  10] ;  43(4): 347-351. Available from: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42301997000400013&lng=en.  http://dx.doi.org/10.1590/S0104-42301997000400013.


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